sexta-feira, 11 de julho de 2008

Os Cafundó


A peça está novamente em cartaz em São Paulo, agora no Teatro Imprensa, o espetáculo Os Cafundó conta as histórias de uma genuína família mineira que busca um marido ideal para sua única filha.

A montagem é inspirada na obra de Belmiro Braga e no universo regional brasileiro, e faz o espectador mergulhar em um ambiente interiorano por meio de uma linguagem poética e musical. O público logo que entra na sala de espetáculos começa a viajar para ¨os cafundó¨desse nosso país.Um oratório, troncos de árvores e folhas caídas no chão, são a porta de entrada para a casa de uma família caipira.

Uma senhora (tia Rosa) começa a falar sobre a água e sobre o amor, num texto desconexo. Logo em seguida, a história de sua família que vive seus dias num lugar distante do burburinho da cidade, começa a ser encenada com muito humor e muita música.

A vida pacata de um casal (Dalva e Zeca Matuteiro), à espera da filha Eugênia, que foi passar uns dias no arraial para participar de festanças, tem o seu cotidiano modificado, quando a filha volta do passeio apaixonada por um jovem chamado Juca Pindoba.

Juca Pindoba, interessado no conforto que o casamento com Eugênia lhe proporcionaria, pede que o seu empregado Zé leite vá à casa da donzela para bisbilhotar a vida da pretendente, para então depois pedi-la em casamento.
Tia Rosa é a primeira a apoiar Eugênia (já os seus pais ficam meio ressabiados); e, claro, no final tudo acaba termina bem.

A montagem, uma adaptação do texto A Roça, de Belmiro Braga, retrata a vida no campo, valoriza o sotaque caipira - o jeito próprio do povo pronunciar as palavras. Os nomes são interessantes e ressaltam a ingenuidade de uns personagens e a malícia de outros: Juca Pindoba, Zé Leite, Zeca Matuteiro.

A simplicidade do povo está retratada no cenário e no figurino. O cenário tem como destaque uma parede de barro, tocos de árvores e alguns utensílios, que representam uma típica residência caipira.
O desenho de luz proporciona às cenas um clima nostálgico e poético do texto, assim como a trilha (cantada e tocada ao vivo).

A direção prima pela delicadeza e conseguiu captar primorosamente os aspectos positivos e as dificuldades de quem vive longe dos grandes centros urbanos.

Os atores são excelentes, divertidos e criaram deliciosos sotaques para os seus personagens. Destaque especial para Paulo Bordhin (Zé leite), que cativa com seu jeito brincalhão e espertalhão, numa interpretação voltada para o ¨clown¨.

O tempo passa rápido e o stress do mundo moderno, devido à correria da cidade de São Paulo, vai embora.
¨Essa peça é pra dizer das lembranças esquecidas, pra dizer do tempo em que honra era uma palavra cara...um tempo em que os homens se reconheciam uns nos outros...

Ficha Técnica:
Direção Geral: Francisco Bretãs
Direção Musical: Paulo Bordhin
Figurino: Wagner Meregare
Make-up: Sérgio Rufino
Cenografia: Marcia Benevento
Iluminação: Roberto Fernandes
Fotografia: Ligia Jardim
Produção Executiva: Fernanda Viacava e Helder Mariani
Divulgação: Elcio Rodrigues
Arte Gráfica: Helena Morais
Elenco: Elcio Rodrigues, Fernanda Viacava, Helder Mariani, Paulo Bordhin, Renata Fontes e Vânia Borges.

Release da peça
No mês em que a Festa Junina está presente na agenda de festas do Brasil, vale a pena curtir Os Cafundó e depois cair na folia de uma quadrilha e ouvir muita música sertaneja de raiz.

Rua Jaceguai, 400
Bela Vista - Centro - 3241-4203
Bilheteria: Terça a quinta e domingo, 14h às 19h; sexta e sábado, 14h às 21h
De 07/06 a 27/07 - Sab e Dom
Horário: sab, às 21h e dom, às 19h
Preço: R$20,00

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